terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Os imortais de Cristo

Os mortais de Cristo

 

É possível que exista alguém da época de Jesus que viva ainda nos dias de hoje?

 

Essa é uma pergunta meio absurda e que tem uma resposta totalmente clara e coerente, pois, ninguém poderia viver por mais de dois mil anos.

Mas se pararmos para analisar um pouco alguns contextos bíblicos e históricos, podemos perceber que essa pergunta não é tão absurda assim, pois, a bíblia nos mostra que há uma possibilidade de que ainda hoje existem pessoas específicas que vivem até os dias de hoje.

O que eu irei falar aqui não pode ser levado como algo factual, mas como uma curiosidade sobre alguns textos bíblicos, que poderia ser muito bem desenvolvido em uma produção literária ficcional.

 

Todos nós sabemos que ninguém sobrevive por dois mil anos, a idade média de um ser humano em todo mundo é de 85 anos podendo uma pessoa viver até mais tempo do que a essa média, por exemplo, no momento que eu escrevo esse texto, a dona Francisca Celsa dos Santos, uma brasileira que completará 117 anos no dia 21 de outubro de 2021, ou seja, ela está com 32 anos a mais que a média.

Mas a questão é, por quanto tempo uma pessoa pode viver?

Bom, naturalmente ninguém conseguirá viver por mais de 200 anos a menos que haja uma manifestação sobre-humana como uma ação divina.

Mas se analisarmos com cuidado as descrições bíblicas, podemos entender que ainda poderia haver pessoas do período bíblico que ainda é vivo nos dias de hoje.

Nos evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas, podemos encontrar uma descrição em cada um deles que diz exatamente a mesma coisa:

Nessa descrição desses evangelhos vemos que Jesus estava falando aos seus seguidores, isso significa que Jesus não estava falando especificamente somente para os seus apóstolos, mas sim para todos que se encontravam naquele lugar, e Ele diz algo muito intrigante que os três evangelhos sinópticos descrevem:

 

Em Mateus 16:21-28; Marcos 8:31-38; 9:1 e Lucas 9:21-27 é relatado uma revelação de Jesus aos seus seguidores, em que, Ele vai deixar claro sobre o que irá acontecer com Ele, e Jesus fala que é necessário com que Ele sofresse muitas coisas, fosse rejeitado pelos anciãos, pelos principais sacerdotes e pelos escribas, fosse morto e que, depois de três dias, ressuscitasse. Onde Ele vai dizer também que quem quiser segui-lo deveria renunciar-se a si mesmo, tomar sobre si a sua cruz e segui-lo, logo Ele fala também sobre a salvação que podemos encontrar somente n’Ele, pois “aquele que quiser salvar a sua vida perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor a Jesus achá-la-á. Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma? Porque o Filho do Homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos; e, então, dará a cada um segundo as suas obras.” (Mateus 16:26-27; Marcos 8:34-37; Lucas 9:23-26).

Nesses mesmos versículos Jesus fala sobre a sua vinda em glória, um acontecimento escatológico que ainda irá acontecer, em que, Jesus virá em glória governará e julgará todas as pessoas segundo as suas obras.

E o interessante é como ele conclui o seu discurso escatológico.

 

Em Mateus 16:28 encontramos:

 

Em verdade vos digo que alguns há, dos que aqui se encontram, que de maneira nenhuma passarão pela morte até que vejam vir o Filho do Homem no seu reino. (Mateus 16:28 versão ARA)

 

Em Marcos 9:1 encontramos:

 

Dizia-lhes ainda: Em verdade vos afirmo que, dos que aqui se encontram, alguns há que, de maneira nenhuma, passarão pela morte até que vejam ter chegado com poder o reino de Deus. (Marcos 9:1 versão ARA)

 

E em Lucas 9:27 encontramos

 

Verdadeiramente, vos digo: alguns há dos que aqui se encontram que, de maneira nenhuma, passarão pela morte até que vejam o reino de Deus. (Lucas 9:27 versão ARA)

 

Ou seja, nos três evangelhos podemos ler que Jesus diz que ali onde eles estão haviam pessoas que não conheceriam a morte até chegar o dia da manifestação do reino de Deus, algo que, segundo a própria bíblia, é um evento que acontecerá somente no período escatológico, e Jesus não fala uma pessoa, Jesus fala claramente “alguns”, que se referia a mais de uma pessoa.

Os evangelhos não descrevem quem eram exatamente todas as pessoas que estavam ali com eles, o que sabemos é que, haviam ali os dozes discípulos que Jesus escolheu para segui-lo e outros seguidores que não são citados os nomes.

Mas com uma leitura cuidadosa, podemos ter uma teoria de quem poderiam ser esses “alguns” que Jesus fala que estavam ali e que não conheceriam a morte.

 

Vamos começar falando de Enoque:

Segundo a descrição bíblica em Gênesis, Enoque era um homem que se relacionava com Deus e por causa dessa relação que ele tinha com Deus, Deus o trasladou, não permitindo com que Enoque conhecesse a morte, se tornando assim um homem que nunca morreria.

 

Andou Enoque com Deus; e, depois que gerou a Metusalém, viveu trezentos anos; e teve filhos e filhas. Todos os dias de Enoque foram trezentos e sessenta e cinco anos. Andou Enoque com Deus e já não era, porque Deus o tomou para si. (Gênesis 5:22-24 versão ARA)

 

Esse fato do arrebatamento de Enoque é confirmado em Hebreus 11:5:

 

Pela fé, Enoque foi trasladado para não ver a morte; não foi achado, porque Deus o trasladara. Pois, antes da sua trasladação, obteve testemunho de haver agradado a Deus. (Hebreus 11:5 versão ARA)

 

Temos então o primeiro homem que poderia estar vivo até hoje, pois, podemos entender que Deus o trasladou somente para livrá-lo do dilúvio que viria logo depois e nada impediria de Deus torná-lo novamente ao nosso mundo para fazer a Sua vontade, ou seja, Enoque ainda poderia ser um dos imortais que Jesus Cristo fala em Mateus 16:28; Marcos 9:1 e Lucas 9:27, de que ali estariam pessoas que não morreriam até o dia da manifestação do reino de Deus, significando que Enoque poderia estar ali no meio deles.

 

Outra pessoa que também poderia estar ali reunida com os seguidores de Jesus é Moisés.

Moisés foi o homem escolhido por Deus para livrar o povo de Israel da escravidão no Egito e leva-los à terra prometida que era Canaã.

Moisés foi o homem mais manso que a bíblia descreve (Números 12:3) e que amava o povo a ponto de abrir mão de sua salvação para que Deus não os condenassem (Êxodo 32:32).

Uma coisa interessante é a forma como a bíblia trata a “morte” de Moisés.

A Torá diz que Moisés morreu no monte Nebo e quem sepultou o corpo de Moisés foi o próprio Deus, de forma que ninguém nunca soube o lugar que Deus o sepultou e muito menos achou o corpo de Moisés:

 

Assim, morreu ali Moisés, servo do Senhor, na terra de Moabe, segundo a palavra do Senhor. Este o sepultou num vale, na terra de Moabe, defronte de Bete-Peor; e ninguém sabe, até hoje, o lugar da sua sepultura. (Deuteronômio 34:5-6 versão ARA)

 

Até mesmo o próprio Deus diz a Josué que Moisés é morto:

 

Sucedeu, depois da morte de Moisés, servo do Senhor, que este falou a Josué, filho de Num, servidor de Moisés, dizendo: Moisés, meu servo, é morto; dispõe-te, agora, passa este Jordão, tu e todo este povo, à terra que eu dou aos filhos de Israel. (Josué 1:1-2 versão ARA)

 

Mas algo muito interessante acontece, podendo nos fazer entender de que a morte de Moisés não é e não foi como pensamos que fosse.

Nos evangelhos sinópticos é relatado uma mesma história acontecendo em um mesmo momento que é a transfiguração de Jesus em um monte, ambos os evangelhos dizem que junto a Jesus, no monte, aparecem Moisés e Elias.

Falaremos sobre Elias, mas antes vamos nos focar em Moisés.

Em Mateus 17:2-3, Marcos 9:2-3 e Lucas 9:29-31 deixa claro de que quem aparece junto a Jesus no monte é Moisés, mas com esse relato acontece um problema, pois, a própria bíblia diz que Moisés era morto e a própria bíblia afirma que os mortos não podem e não influenciam no mundo dos vivos (Eclesiastes  9:5,10; Salmos 146:4).

 

Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, porque a sua memória jaz no esquecimento. (…) Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque no além, para onde tu vais, não há obra, nem projetos, nem conhecimento, nem sabedoria alguma. (…) Sai-lhes o espírito, e eles tornam ao pó; nesse mesmo dia, perecem todos os seus desígnios. (Eclesiastes  9:5,10; Salmos 146:4 versão ARA).

 

Sendo assim, se Moisés estivesse morto de fato, esse não poderia se manifestar no mundo dos vivos, a menos que ele não tenha morrido, mas que tenha acontecido outra coisa. Elias sim poderia aparecer, pois este não morreu, mas foi trasladado assim como Enoque (2Reis 2:11), mas falaremos dele e sobre o dia da transfiguração depois.

Como Moisés aparece junto a Elias (que também foi trasladado), entendemos que Moisés não teve uma morte comum como nós pensamos, ou seja, ele foi trasladado pelo próprio Deus, mas aí podemos analisar melhor a bíblia e podemos perceber que na carta de Judas é descrito uma briga entre Miguel e o diabo, pelo corpo de Moisés:

 

Contudo, o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo e disputava a respeito do corpo de Moisés não se atreveu a proferir juízo infamatório contra ele; pelo contrário, disse: O Senhor te repreenda! (Judas 9 versão ARA)

 

Bom, percebemos que Moisés poderia ter morrido, mas o que de fato aconteceu com ele foi outra coisa, pois ele aparece na transfiguração de Jesus, e para entender o que de fato poderia ter acontecido com Moisés, é preciso juntar todos esses versículos sobre a morte de Moisés e criar uma possível ideia do que realmente aconteceu.

Moisés não morreu de fato, o que aconteceu foi que Deus o trasladou, e como Judas descreve a briga pelo corpo de Moisés (Judas 9), podemos entender que Deus elevou a alma de Moisés, deixando o corpo dele intacto, pois segundo Deuteronômio 34:7, diz que Moisés tinha 120 anos, mas que enxergava bem e que ainda possuía muita saúde, ou seja, Deus elevou a alma de Moisés e recuperou o corpo dele para devolver a alma, fazendo com que Moisés permanecesse vivo, significando que Moisés não morreu de fato, mas Deus o trasladou assim como Enoque e Elias (que iremos falar daqui a pouco), possibilitando Moisés a aparecer junto a Jesus no dia da transfiguração.

Mas acabamos de ver que o próprio Deus fala para Josué que Moisés era morto, mas isso não significa que Moisés morreu de fato e muito menos que Deus tenha mentido, mas que Deus simplesmente estava mostrando que para esse mundo Moisés não existe mais, ou seja, Moisés era morto tanto quando Enoque era morto.

Então podemos entender que Moisés estaria ali no meio dos seguidores junto a Enoque e Elias, e quem era o único que sabia disso era Jesus, quando Ele fala que “alguns há dos que aqui se encontram que, de maneira nenhuma, passarão pela morte” (Lucas 9:27).

 

Outro seguidor de Cristo que poderia estar ali naquele momento era Elias, outro que Deus não permitiu que conhecesse a morte e que ainda poderia continuar vivo.

Elias era um profeta que era extremamente usada por Deus, sua intimidade com Deus era tanto que o que Elias falava Deus assinava em baixo.

Ele foi o profeta que profetizou três anos de seca usando a sua própria palavra em seu próprio nome (1Reis 17:1).

 

Então, o tesbita, dos moradores de Gileade, disse a Acabe: Tão certo como vive o Senhor, Deus de Israel, perante cuja face estou, nem orvalho nem chuva haverá nestes anos, segundo a minha palavra. (1Reis 17:1 versão ARA)

 

Ele poderia ter profetizado e usar o nome de Deus para a seca acontecer, mas ele tinha uma aproximação com Deus tão forte que Deus honra a palavra dele e faz a seca acontecer.

Um fato descrito na bíblia que mostra claramente que Elias era realmente homem de Deus, está em 2Reis 1:9-10:

 

Então, lhe enviou o rei um capitão de cinquenta, com seus cinquenta soldados, que subiram ao profeta, pois este estava assentado no cimo do monte; disse-lhe o capitão: Homem de Deus, o rei diz: Desce. Elias, porém, respondeu ao capitão de cinquenta: Se eu sou homem de Deus, desça fogo do céu e te consuma a ti e aos teus cinquenta. Então, fogo desceu do céu e o consumiu a ele e aos seus cinquenta. (2Reis 1:9-10)

 

O próprio Elias diz que se ele é realmente homem de Deus, que caísse fogo do céu e consumisse aqueles homens que eram enviados pelo rei atrás de Elias, e de fato Elias era homem de Deus, pois, esses homens foram consumidos pelo fogo e isso aconteceu por duas vezes:

 

Tornou o rei a enviar-lhe outro capitão de cinquenta, com os seus cinquenta; este lhe falou e disse: Homem de Deus, assim diz o rei: Desce depressa. Respondeu Elias e disse-lhe: Se eu sou homem de Deus, desça fogo do céu e te consuma a ti e aos teus cinquenta. Então, fogo de Deus desceu do céu e o consumiu a ele e aos seus cinquenta. (2Reis 1:11-12 versão ARA)

 

Esse relato demonstra claramente que Elias era homem de Deus, de que Deus realmente era com Elias, e sua aproximação com Deus foi tanto que Deus não permitiu com que Elias conhecesse a morte e o trasladou para si.

 

Indo eles andando e falando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao céu num redemoinho. (2Reis 2:11 versão ARA)

 

Como podemos ver, Elias não morreu, mas foi trasladado aos céus, possibilitando a sua aparição no monte da transfiguração de Jesus junto de Moisés descrito nos evangelhos sinópticos:

 

E foi transfigurado diante deles; o seu rosto resplandecia como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz. E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele. (Mateus 17:2-3 versão ARA)

 

E aconteceu que, enquanto ele orava, a aparência do seu rosto se transfigurou e suas vestes resplandeceram de brancura. Eis que dois varões falavam com ele: Moisés e Elias, os quais apareceram em glória e falavam da sua partida, que ele estava para cumprir em Jerusalém. (Lucas 9:29-31 versão ARA)

 

Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, Tiago e João e levou-os sós, à parte, a um alto monte. Foi transfigurado diante deles; as suas vestes tornaram-se resplandecentes e sobremodo brancas, como nenhum lavandeiro na terra as poderia alvejar. (Marcos 9:2-3 versão ARA)

 

E o curioso é que, esse momento da transfiguração de Jesus é narrado logo depois da narração de Mateus, Marcos e Lucas sobre aqueles que não morreriam até a vinda de Cristo e a manifestação do Reino de Deus, demonstrando que esse momento da transfiguração de Jesus aconteceu logo depois do seu discurso sobre a manifestação do Reino de Deus, e após os três evangelhos narrarem esse discurso escatológico de Jesus, eles narram a transfiguração d’Ele em que aparecem Moisés e Elias com Ele, os quais podem ser um dos que não morreriam até a manifestação do Reino de Deus. Poderia ser uma coincidência? Provavelmente que não, pois Deus não trabalha com coincidências.

Então Elias seria outro dos que estavam no momento em que Jesus fala sobre aqueles que não conheceriam a morte até o dia da revelação do reino de Deus.

E se observarmos bem o relato do dia da transfiguração de Jesus Cristo (Em Mateus 17:2-3, Marcos 9:2-3 e Lucas 9:29-31), quem aparecem com Jesus são Moisés e Elias, ambos são personagens na bíblia que viveram a quase dois mil anos antes do período de Jesus, ou seja, teoricamente, eles não poderiam estar ali, pois ninguém vive todo esse período a menos que houvesse uma intervenção divina para isso acontecer, pois, os acontecimentos bíblicos que acontecem de Moisés até chegar em Elias, são mais de oitocentos anos de história e de Elias até Jesus já são mais de seiscentos anos de história, e isso significa que seria impossível Moisés, Jesus e Elias serem contemporâneos, mas percebemos claramente na descrição dos sinópticos que quem aparece ali com Jesus são Moisés e Elias, demonstrando que Moisés e Elias eram pessoas que ainda permaneciam vivos até aquele momento (e quem sabe até hoje).

Hora! Se Elias que foi trasladado pôde aparecer ali com Jesus e Moisés, que também foi trasladado (se Moisés tivesse morrido de fato ele não poderia aparecer ali), também aparece ali com Jesus, significa que se ambos que foram trasladados, assim como Enoque, Deus manifestou-os ali na transfiguração de Jesus, o que impediria de Deus manifesta-los novamente nesse mundo junto com Enoque, fazendo com que eles três permaneçam vivos ainda hoje para que eles preguem o evangelho?

Pois, uma vez que uma pessoa não morre, ela permanece viva enquanto não morrer.

Parece redundante o que eu acabei de escrever, mas o fato é que segundo a bíblia, Enoque e Elias não morreram e Moisés também não morreu, sendo assim eles continuam vivos, podendo Deus traslada-los ou não para o mundo espiritual, manifesta-los ou não para o nosso mundo físico.

Estes não conheceram a morte, assim como Jesus disse que haviam pessoas ali que nunca conheceriam a morte até o dia da manifestação do reino de Deus (Mateus 16:28; Marcos 9:1; Lucas 9:27).

E isso demonstra que eles poderiam ser manifestos a qualquer momento em nosso mundo físico, pois, eles continuam vivos. Alguns teólogos até acreditam que as duas testemunhas relatadas em Apocalipse 11, que aparecerão com poder e com toda a proteção de Deus para pregar o evangelho por três anos e meio nos dias das aflições (período escatológico) serão Moisés e Elias, algo que faz bastante sentido, pois, como vemos, eles são personagens que não conheceram a morte.

 

Outro que também, possivelmente, poderia estar naquele momento e que também não conheceria a morte até o dia da revelação do reino de Deus, é Lázaro.

 

Lázaro era um dos seguidores de Jesus, poderíamos dizer que Jesus e Lázaro eram amigos próximos, junto com as irmãs Marta e Maria, alguns teólogos afirmam que Jesus era parente de Lázaro, Marta e Maria, mas não irei falar sobre isso, pois, a bíblia não afirma nada disso.

O que a bíblia afirma é que Jesus amava a Lázaro (João 11:5).

Se lermos João 11 todo, encontraremos uma história em que Lázaro jazia doente, e assim que Lázaro ficou doente, Jesus é avisado sobre a doença de Lázaro, pois, as irmãs do doente mandaram avisar a Jesus sobre a condição que ele estava, com o intuito de que Jesus poderia cura-lo, mas quando Jesus recebe a notícia, ele permanece ainda dois dias no lugar onde estava:

 

 Mandaram, pois, as irmãs de Lázaro dizer a Jesus: Senhor, está enfermo aquele a quem amas. Ao receber a notícia, disse Jesus: Esta enfermidade não é para morte, e sim para a glória de Deus, a fim de que o Filho de Deus seja por ela glorificado. Ora, amava Jesus a Marta, e a sua irmã, e a Lázaro. Quando, pois, soube que Lázaro estava doente, ainda se demorou dois dias no lugar onde estava. (João 11:3-6 versão ARA)

 

E após receber a notícia de que Lázaro estava enfermo, Jesus então permanece por dois dias no lugar onde estava e ainda por cima Ele chega à casa de Lázaro depois de quatro dias que o mesmo já tinha morrido.

Se olharmos com cuidado esse capítulo podemos perceber que Betânia (o lugar onde Lázaro morava) ficava a menos de três quilômetros de distância de Jerusalém (João 11:18), ou seja, não havia motivo para Jesus demorar quatro dias para chegar até onde Lázaro estava, mas mesmo assim Jesus demorou a ir e quando foi, Lázaro já estava sepultado a quatro dias.

Bom a pergunta que fica é:

Por que Jesus demorou tanto para ir socorrer Lázaro?

A resposta para essa pergunta se encontra nos versículos a seguir:

 

Mandaram, pois, as irmãs de Lázaro dizer a Jesus: Senhor, está enfermo aquele a quem amas. Ao receber a notícia, disse Jesus: Esta enfermidade não é para morte, e sim para a glória de Deus, a fim de que o Filho de Deus seja por ela glorificado. (João 11:3-4 versão ARA)

 

Jesus afirma que mesmo Lázaro estando enfermo ele não morreria e que a enfermidade de Lázaro seria para manifestação da glória de Deus, mas como podemos ver, Lázaro de fato tinha morrido:

 

Isto dizia e depois lhes acrescentou: Nosso amigo Lázaro adormeceu, mas vou para despertá-lo. Disseram-lhe, pois, os discípulos: Senhor, se dorme, estará salvo. Jesus, porém, falara com respeito à morte de Lázaro; mas eles supunham que tivesse falado do repouso do sono. Então, Jesus lhes disse claramente: Lázaro morreu; e por vossa causa me alegro de que lá não estivesse, para que possais crer; mas vamos ter com ele. (João 11:11-15 versão ARA)

 

Jesus afirma claramente que Lázaro morreu e quando Ele chega no local onde Lázaro estava, este se encontrava a quatro dias sepultado.

Mas após Jesus afirmar que Lázaro estava morto Jesus diz algo muito interessante, Ele diz que por causa da morte de Lázaro, Ele fica alegre por não ter estado lá, pois a intenção era fazer com que aqueles que estavam ali crerem no que Jesus iria fazer, que era ressuscitar Lázaro.

 

Declarou-lhe Jesus: Teu irmão há de ressurgir. Eu sei, replicou Marta, que ele há de ressurgir na ressurreição, no último dia. Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente. Crês isto? Sim, Senhor, respondeu ela, eu tenho crido que tu és o Cristo, o Filho de Deus que devia vir ao mundo. (…) Jesus, agitando-se novamente em si mesmo, encaminhou-se para o túmulo; era este uma gruta a cuja entrada tinham posto uma pedra. Então, ordenou Jesus: Tirai a pedra. Disse-lhe Marta, irmã do morto: Senhor, já cheira mal, porque já é de quatro dias. Respondeu-lhe Jesus: Não te disse eu que, se creres, verás a glória de Deus? Tiraram, então, a pedra. E Jesus, levantando os olhos para o céu, disse: Pai, graças te dou porque me ouviste. Aliás, eu sabia que sempre me ouves, mas assim falei por causa da multidão presente, para que creiam que tu me enviaste. E, tendo dito isto, clamou em alta voz: Lázaro, vem para fora! Saiu aquele que estivera morto, tendo os pés e as mãos ligados com ataduras e o rosto envolto num lenço. Então, lhes ordenou Jesus: Desatai-o e deixai-o ir. (João 11:23-27, 38-44 versão ARA)

 

Podemos entender então que Jesus permitiu que Lázaro morresse de propósito, mas Ele afirma que Lázaro não estava enfermo para morte, mas que a morte de Lázaro seria para manifestar a glória de Deus e Jesus usou dessa morte para mostrar para o povo que Ele é realmente Enviado de Deus e fazer com que o povo creia completamente n’Ele (tudo isso está escrito explicitamente na bíblia), mas que Lázaro não morreria mesmo estando enfermo (João 11:4), ou seja, Lázaro conheceu a morte, porém, a sua morte seria para manifestar o poder de Deus, e após isso ele é ressuscitado, então podemos entender que Lázaro seria um desses imortais que Jesus fala em Mateus 16:28; Marcos 9:1 e em Lucas 9:27.

É provável que Lázaro também estivesse no meio daqueles que estavam ali, e que Jesus afirma: Verdadeiramente, vos digo: alguns há dos que aqui se encontram que, de maneira nenhuma, passarão pela morte até que vejam o reino de Deus. (Lucas 9:27 versão ARA)

Então podemos entender que entre Enoque, Moisés e Elias, Lázaro foi o que conheceu a morte uma vez, mas foi para manifestar a glória e o poder Deus, mas que depois disso, ele não conheceria a morte novamente, tanto que Jesus poderia ter curado Lázaro antes mesmo de morrer, Lázaro não precisaria ter morrido, mas como ele é um dos que não conheceriam a morte até o dia da manifestação do reino de Deus (no período escatológico), Jesus usa a causa de Lázaro para demonstrar o povo que Ele é realmente Filho e Enviado de Deus, pois não faria sentido Jesus ressuscitar Lázaro depois de quatro dias morto, a menos que estes tivesse alguma importância na história, e essa importância era viver até o dia da manifestação do reino de Deus, sendo assim, já que este viveria, nada melhor do que usar essa causa para demonstrar ao povo quem de fato é Jesus Cristo.

Ou seja, vemos então que Lázaro foi usado para Jesus fazer o maior milagre já registrado na bíblia, que é a ressurreição de Lázaro, pois encontramos outros casos de Jesus ressuscitando pessoas, como a filha de Jairo (Marcos 5:22-24, 35-42) e o filho único de uma viúva (Lucas 7:11-17), mas nenhum deles foi tão importante e tão poderoso como o de ter ressuscitado Lázaro que ficou quatro dias morto.

 

Agora vamos falar do quinto e último homem que estava junto a Jesus quando este fala: Em verdade vos digo que alguns há, dos que aqui se encontram, que de maneira nenhuma passarão pela morte até que vejam vir o Filho do Homem no seu reino. (Mateus 16:28 versão ARA). E esse homem é João, discípulo e apóstolo de Jesus.

 

João foi um dos discípulos que era mais próximo de Jesus, ele sempre acompanhava o Mestre e presenciou os maiores feitos de Jesus.

João fazia parte do grupo de discípulos mais próximo de Cristo que eram Pedro, Tiago e João; e junto com esses dois, João presenciou o dia da transfiguração de Jesus (Mateus 17:2-3; Lucas 9:29-31; Marcos 9:2-3) que já falamos aqui nesse texto, presenciou a ressurreição da filha de Jairo (Mateus 9.18-19, 23-26; Marcos 5:21-24, 35-43; Lucas 8.40-42, 49-56), subiu ao Getsêmani com Jesus, onde o mesmo suou sangue (Mateus 26:36-46; Marcos 14.32-42; Lucas 22.39-46), enfim, João era bem próximo de Jesus, tanto que foi João quem se reclinou para Jesus perguntando quem era o traidor anunciado por Ele (João 13:21-26).

Para resumir, João é um dos apóstolos que mais teve importância na bíblia, ele é autor do Evangelho de João, 1João, 2João, 3João e também é claro o livro de Apocalipse, o Livro das Revelações, sim, João foi a última pessoa a receber uma visão reveladora por parte de Deus, o qual dá total origem ao livro de Apocalipse.

Seguindo o raciocínio dos imortais de Cristo, podemos perceber que João é o único que mais provavelmente poderia ser totalmente um dos que não morreriam até o dia da manifestação do reino de Deus (Mateus 16:28; Marcos 9:1; Lucas 9:27).

Nós lemos e vimos que Jesus deixou claro que haviam pessoas ali naquele meio que não morreriam até que venha o reino de Deus.

Bom, para entender o que seria o dia do reino de Deus, irei explicar de uma forma simples e bem resumida sobre o que seria isso, pois, isso é um assunto escatológico e que ainda há divergências entre os teólogos sobre esse período.

A vinda do reino de Deus, é um período, que segundo a escatologia, acontecerá depois da grande tribulação, onde Jesus voltará com poder e glória para governar por mil anos, na verdade esse é um dos reinos, pois, há dois reinos que são considerados o reino de Deus na bíblia, o primeiro reino de Deus é situado de forma presente a representar o mundo espiritual assim como o paraíso onde os salvos ficam após a morte e o segundo reino é o milenar, esse reino é situado no futuro, um reino que ainda irá acontecer, reino esse que faz parte de um dos períodos da escatologia e é a qual Jesus fala em Mateus 16:28; Marcos 9:1 e Lucas 9:27, um reino que ainda irá acontecer escatologicamente.

Podemos perceber que João estava ali reunido quando Jesus fala: Em verdade vos afirmo que, dos que aqui se encontram, alguns há que, de maneira nenhuma, passarão pela morte até que vejam ter chegado com poder o reino de Deus. (Marcos 9:1 versão ARA).

Quando nós lemos João 21 nos faz entender que João poderia ser um dos que não morreriam até a vinda de Cristo, no caso, a vinda do reino de Deus, pois Jesus Cristo é o Rei desse reino.

 

 

Então, Pedro, voltando-se, viu que também o ia seguindo o discípulo a quem Jesus amava, o qual na ceia se reclinara sobre o peito de Jesus e perguntara: Senhor, quem é o traidor? Vendo-o, pois, Pedro perguntou a Jesus: E quanto a este? Respondeu-lhe Jesus: Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa? Quanto a ti, segue-me. Então, se tornou corrente entre os irmãos o dito de que aquele discípulo não morreria. Ora, Jesus não dissera que tal discípulo não morreria, mas: Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa? (João 21:20-23 versão ARA)

 

Aqui percebemos que Jesus nos deixa subentendido de que João poderia de fato ser um dos que não morreriam até a manifestação do reino de Deus (Mateus 16:28; Marcos 9:1; Lucas 9:27), tanto que a narrativa do livro nos mostra que os próprios irmãos da fé pensaram que João não morreria, e, obviamente eles estavam pensando no que Jesus disse em  Mateus 16:28; Marcos 9:1 e Lucas 9:27, mas logo a narrativa afirma que Jesus não disse que João não morreria, mas caso Ele queira que João permanecesse vivo até o dia da vinda do reino de Deus, o que nós temos a ver com isso?

Ora, Jesus não dissera que tal discípulo não morreria, mas: Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa? (João 21:23b versão ARA)

Ou seja, o que prevaleceria seria a vontade de Deus de querer ou não fazer com que alguém viva até o dia da vinda do Seu reino.

Infelizmente a bíblia não fala nada sobre a forma que João viveu e muito menos como morreu e se realmente morreu, o que encontramos na bíblia são apenas descrições de João já na ilha de Patmos, onde ele teve a última revelação escatológica (Apocalipse 1:9).

Então para entender melhor o que de fato aconteceu com o apóstolo João precisamos analisar alguns conceitos históricos e se pegarmos a história dos mártires da igreja primitiva, João foi o único que não foi morto por meio de martírio.

Dallas Witmer em sua obra “A fé pela qual vale morrer”, afirma o seguinte:

 

Na era cristã muitos milhares de cristãos têm sido mortos pela sua fé. Morreram como mártires todos os apóstolos do Senhor, menos João. (…) João aguentou muitas provas nas províncias romanas. Uma vez o lançaram num caldeirão de azeite fervente, mas o Senhor preservou-lhe a vida. Abandonaram-no na ilha de Patmos, mas não morreu ali. Depois de ser resgatado de Patmos, João foi obrigado a tomar veneno, o qual não lhe fez dano. Morreu pacificamente em Éfeso na idade de mais de oitenta anos. (pag. 2 e 16 Witmer, 2007)

 

Ou seja, Deus não permitiu com que João fosse martirizado como muitos outros, e ainda o livrou da morte por três vezes, e segundo Dallas Witmer, João morreu de velhice.

Pegando esse contexto histórico podemos entender então que João morreu de velhice, mas se pegarmos alguns relatos podemos encontrar algo muito intrigante.

Segundo esses relatos, quando Constantino se converte ao cristianismo ele resolve usar a tumba do apóstolo João para edificar uma igreja, mas quando abrem a tumba, ela se encontrava vazia, sem corpo e sem ossada, não havia nada e nem ninguém na tumba.

Bom não podemos comprovar esses relatos, mas seria muita coincidência tudo isso acontecer, mas esses relatos demonstram claramente que João é um dos que não morreriam até a vinda do reino de Deus (Mateus 16:28; Marcos 9:1; Lucas 9:27), pois, para a bíblia, não existe coincidência e sim propósitos, e nada impediria que Deus tenha permitido João viver até o dia da vinda do reino de Deus.

Ou seja, João é outro dos que não morreriam até a vinda do reino de Deus como Jesus afirma em Mateus 16:28; Marcos 9:1 e Lucas 9:27.

 

Essas pessoas que, teoricamente, poderiam estar vivas até hoje como Enoque, Moisés, Elias, Lázaro e João, podemos entender que Deus preservou-os para que eles sejam um dos que pregariam o evangelho como Jesus ordenou em Marcos 16:15, para fazer com que o evangelho fosse espalhado pelo mundo mais rápido, fazendo com que todos saibam do sacrifício de Cristo e da salvação que podemos encontrar em Jesus, o qual eles poderiam estar até hoje pregando o evangelho de Cristo, propagando a palavra de Deus e as boas novas.

É claro que nada disso podemos encontrar na bíblia, e que tudo o que eu disse não passa apenas de uma teoria e interpretação maluca da minha cabeça, mas que nada impede de que todas essas coisas poderiam realmente acontecer de maneira oculta, pois Deus tem os seus mistérios e devemos nos conter somente com o que Ele nos revela (Deuteronômio 29:29) e que Ele tem poder para fazer qualquer coisa que Ele queira fazer, até mesmo tornar homens imortais para que esses preguem a salvação que podemos encontrar em seu Filho Jesus.

E esse texto também tem como finalidade mostrar que nem tudo o que parece ser é realmente de fato, assim como eu criei uma teoria de que ainda hoje há pessoas vivas do período bíblico, o qual eu fundamentei na bíblia e na história, muitas pessoas fazem a mesma coisa só que pior, eles criam suas ideias e teorias e pregam diante do altar como se fosse verdade e levam aquilo como que se fosse uma revelação de Deus, sendo que a última revelação dada por Deus de fato, já aconteceu a dois mil anos que foi ao Apóstolo João, quando este estava na ilha de Patmos e Deus revela tudo o que precisava ser revelado e está descrito no livro de Apocalipse.

É claro que ainda possa haver revelação de Deus às pessoas que o buscam, mas essas revelações sempre serão dentro do que já está escrito, e quando acontecem, não acontecem corriqueiramente como vemos muito nas igrejas, mas muitos mentirosos por saberem que ainda hoje Deus faz revelações, eles usam esse fato para enganar as pessoas dizendo que foi Deus que revelou a eles tais situações, e muitas pessoas que não têm conhecimento da palavra acabam caindo e acreditando no que foi dito.

Então tenha cuidado quando você presenciar uma profecia ou ouvir alguém dizer que teve uma revelação de Deus. Busque sempre conhecer a palavra de Deus, busque sempre estar próximo de Deus para você não ser enganado.

Eu não direi que esse texto seja uma revelação de Deus a mim sobre “Os imortais de Cristo”, pois, sei que meu relacionamento com Deus não é suficiente para Deus me revelar alguma coisa, e sei também das minhas fraquezas e dos meus limites, digo somente que é uma forma diferente de interpretar a bíblia, pois, é lógico que pode haver outras explicações teológicas que podem contradizer tudo o que eu escrevi aqui, meu objetivo não é te enganar e muito menos te fazer acreditar que tudo o que eu escrevi é verdade, mas é mostrar que podemos ter outras formas de interpretar a bíblia e que devemos tomar cuidado com o que a gente interpreta nela, pois, o que eu acabei de escrever aqui pode sim ser verdade, como também pode não ser, e eu e você não podemos nos apegar a isso, pois isso não deve ser a nossa preocupação.

O que nós deveríamos nos preocupar é com a nossa salvação e a forma como nós devemos nos relacionar com Deus, não nos prendendo a aquilo que pode nos confundir.

E com isso tudo temos que entender uma coisa que é:

Não precisamos nos preocupar com as coisas as quais Deus não nos revelou, simplesmente temos que entender que Deus é soberano em tudo o que faz.

 

Bibliografia:

Sociedade Bíblica do Brasil (1993); Bíblia versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)

Witmer, D. (2007). A fé pela qual vale morrer. Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil - Copyright ©.

 

Feito por: Elielton Lima

Data: 27/01/2021

Nenhum comentário:

Postar um comentário